quarta-feira, 6 de junho de 2012

Eternamente Condenada

Um miniconto que eu escrevi já faz um tempo. Deixem seus comentários.



A sereia estava deitada no fundo arenoso do mar, pensando no que havia ouvido: "Você pode adquirir forma humana, mas com uma condição. Tranforme a garota em uma sereia, usando seus dotes, e faça com que ela sofra. Desfrute até de sua última gota de agonia.” Então nadou até a superfície, em busca de sua vítima. Procurou por horas, mas nenhum sinal de vida se manifestou. Já era tarde da noite quando resolveu se aproximar da praia. Estava escovando seus longos cabelos quando ouviu alguém chorar. Mergulhou e nadou, guiando-se pelo som. Sem ser vista, observou a pobre menina que chorava. E então decidiu que aquela garota seria sua vítima. A sereia deixou ser vista pela moça que no começo se assustou, mas com seus dons encatadores fez a jovem contar que chorava porque o rapaz que amava estava completamente apaixonado por outra, qual era muito mais bonita. Como sempre foi muito perspicaz, a sereia teve logo uma ideia. Ansiosa, enganou a ingênua humana: “Posso fazer de você tão bonita quanto eu, mas em troca quero que fique no meu lugar por um único dia. Sempre desejei saber como é ser uma humana, pelo menos uma vez.” A garota, sem saber que estava sendo enganada, aceitou a proposta. Com alguns de seus poderes a sereia trocou sua cauda por pernas e as pernas da moça por uma longa cauda. Combinaram então, que se encontrariam naquele mesmo lugar, na próxima noite.
Horas se passavam e a humana, que agora era uma sereia, se sentia cada vez mais solitária. Olhou seu reflexo na água e viu que era uma outra pessoa. Tinha beleza, mas não tinha felicidade. Fitou seu reflexo novamente e finalmente percebeu que havia sido enganada. E sem poder fazer mais nada, gritou agoníadamente por estar presa pelo resto de sua vida.

Giovana Marques    




                                                                                         

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